Fome e desespero em 15 localidades sírias sitiadas

Fome e desespero em 15 localidades sírias sitiadas
MADAYA (Síria), 15 de janeiro de 2016 (ACNUR) – Blo­quea­da nesta cidade, a população civil ali­men­ta-se com gramíneas e outras plantas, vivendo em condições infra-humanas, apenas atenuadas pela chegada esta semana de uma coluna de camiões com ajuda humanitária.
O ACNUR integrou a caravana de mais de 40 camiões que forneceu bens alimentares e cobertores para os cerca de 40.000 civis sitiados, sem qualquer ajuda há mais de três meses.
Ao mesmo tempo, uma caravana de ajuda humanitária constituída por 21 camiões seguiu para Foa’a e Kefraya, no distrito de Idlib, com cerca de 20.000 pessoas.
Os primeiros quatro camiões chegaram ao anoitecer de segunda-feira, dia 11, sob um frio glacial. Foram imediatamente rodeados por crianças e adultos tremendo de fome, alguns mostrando sinais claros  de malnutrição e implorando desesperadamente por comida, segundo o relato do representante do ACNUR na Síria, que acompanhou a caravana.
“O meu filho de 17 anos morreu de fome. Por favor, ajude-me a salvar os outros” – apelo de uma mãe de seis filhos que se lançou nos braços de Hanaa Singer, da UNICEF
“Ficamos perplexos. A maioria das pessoas não via pão, arroz ou vegetais há muito tempo. Procuravam desesperadamente algo para comer, enquanto nós descarregávamos as viaturas… as crianças e toda a gente ao redor das viaturas suplicavam por comida… Pudemos sentir quanto era desesperada a situação”.
A caravana humanitária das agências das Nações Unidas, Cruz Vermelha Internacional e Crescente Vermelho Sírio foi possível devido a um cessar fogo negociado. Desde outubro que não chegava ajuda a Madaya. Um médico local afirmou que a fome matou diversos moradores e que 300 a 400 sofrem de malnutrição na cidade, onde todas as reservas de alimentos se esgotaram. “O meu filho de 17 anos morreu de fome. Por favor, ajude-me a salvar os outros” – apelo de uma mãe de seis filhos que se lançou nos braços de Hanaa Singer, representante da UNICEF na Síria, que esta semana esteve na cidade sitiada de Madaia.
A guerra na Síria, agora no sexto ano, já fez mais de 250.000 mortos, gerou mais de 4 milhões de refugiados, estimando-se que os deslocados internos rondem os 8 milhões. Cerca de 400.000 pessoas vivem em 15 localidades sitiadas, com acesso difícil a ajuda humanitária.

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