Leitura Furiosa 2015
LISBOA, 24 de maio de 2015 (CPR) – Nos dias 22, 23 e 24 de Maio realizou-se mais uma iniciativa “Leitura Furiosa”. No dia 22, o escritor José Mário Silva esteve no Centro de Acolhimento para Refugiados (CAR), na Bobadela, com 7 refugiados de diferentes origens (Costa do Marfim, Etiópia, Guiné Conacri, Paquistão e Ucrânia). No dia 24 de Maio, domingo, realizou-se uma sessão pública na Casa da Achada onde foram apresentados, lidos e cantados os textos desta edição da “Leitura Furiosa”.
A Leitura Furiosa é um acontecimento anual que dura três dias. Um momento privilegiado de encontro dos zangados com a leitura, a escrita e o mundo com os escritores. O momento único que permite a um não-leitor aproximar-se, com um escritor, da magia da escrita. Cada um faz ouvir a sua voz e segue um outro caminho.
Quem imaginou, há 20 anos, a Leitura Furiosa foi a associação Cardan, duma cidade do norte da França, Amiens, que trabalha para tornar o saber acessível àqueles que dele são excluídos, para quem o saber e a cultura devem nascer de uma ligação com o conjunto da sociedade, para quem a cultura pode e deve ser analisada por aqueles que não a praticam. Por aí passa a integração, a inserção.
A Leitura Furiosa destina-se aos que, sabendo ler, estão zangados com a leitura – crianças e adultos, homens e mulheres, empregados e desempregados, nacionais e estrangeiros.
Em 2000, a Leitura Furiosa chegou a Lisboa. Até 2004 foi a “Abril em Maio”, uma associação cultural, que a organizou. Em 2008 começou a acontecer no Porto, em Serralves. Em 2009, a Casa da Achada – Centro Mário Dionísio repegou na ideia, em Lisboa. Em 2010 continua, com mais grupos, mais escritores, mais desenhadores, mais actores e cantores.
A Leitura Furiosa destina-se aos que, sabendo ler, estão zangados com a leitura – crianças e adultos, homens e mulheres, empregados e desempregados, nacionais e estrangeiros.
Vários pequenos grupos de gente zangada com a leitura convivem durante um dia com um escritor, como entenderem fazê-lo. À noite, o escritor escreve um pequeno texto que oferecerá ao grupo quando, no dia seguinte, voltar a encontrar-se com ele. Passarão todos por uma livraria, por uma biblioteca. Os textos são ilustrados, paginados e os que vêm de França e Kinshasa traduzidos. No Domingo, terceiro dia do encontro, são tornados públicos numa sessão de leitura feita por actores e não-actores, alguns deles musicados e cantados, e publicados numa brochura. Posteriormente são editados em livro.