Novo Centro de Acolhimento para Refugiados (CAR II)

Novo Centro de Acolhimento para Refugiados (CAR II)
António Costa, tendo à sua esquerda Teresa Tito de Morais (Presidente do CPR) e Maria Manuel Leitão Marques (ministra da Presidência e da Modernização Administrativa); à sua direita, Eduardo Cabrita (ministro da Administração Interna) e Bernardino Soares (presidente da Câmara Municipal de Loures) ©CPR

SÃO JOÃO DA TALHA, 19 de dezembro de 2018 (CPR/LUSA) – O terceiro e o maior Centro de Acolhimento de Refugiados em Portugal, em São João da Talha, Loures, foi inaugurado esta quarta-feira por SE o primeiro-ministro António Costa.

Destina-se aos refugiados que Portugal aceitou receber no âmbito do programa de reinstalação até 2019, um total de 1010, e é um ponto de passagem que facilitará o processo preparatório da sua descentralização pelo país

Receberá em primeiro lugar um grupo composto por refugiados sírios e sudaneses que vêm do Egito e ali permanecerão até serem redistribuídos pelo país.

O CAR II é maior Centro de Acolhimento de Refugiados do país e surge 12 anos depois do CAR I e seis anos após a abertura da Casa de Acolhimento de Crianças Refugiadas (CACR).

O edifício foi construído de raiz, num terreno cedido pela Câmara Municipal de Loures e teve o financiamento do Banco do Desenvolvimento do Conselho da Europa e do Estado Português.

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No discurso proferido durante a inauguração do novo centro, destinado a receber os 1010 refugiados que Portugal vai acolher no âmbito do programa de reinstalação até ao final de 2019, o primeiro-ministro criticou os países da União Europeia que protestam contra a obrigação de acolher refugiados: “Quando nós – que vivemos no continente e na região do continente mais rica e que mais oportunidades tem dado aos seres humanos para se desenvolverem, que é a União Europeia — ouvimos vozes reclamando e protestando contra a ideia de que a Europa tem o dever de acolher estes seres humanos, não podemos deixar de nos sentir chocados e revoltados”.

Indicando que “são 68 milhões os refugiados que existem em todo o mundo”, o primeiro-ministro frisou que esse é um número que “tem vindo dramaticamente a aumentar” devido às “vítimas das guerras, das violações dos direitos humanos, das discriminações raciais, étnicas ou religiosas e das perseguições em função da orientação sexual”.

“É uma indignidade a Europa querer discutir a sua capacidade para acolher refugiados – convém não esquecer que só a Jordânia acolhe tantos refugiados como o conjunto dos 28 Estados membros da União Europeia”, observou.

Na sua opinião, “quando 28 Estados, com o nível de desenvolvimento que a União Europeia tem, se permitem discutir se têm ou não têm capacidade de acolher refugiados, isso significa que o valor da dignidade da pessoa humana está efetivamente em causa”.

“Não temos o direito sequer de discutir se temos ou não temos capacidade quando vemos outros países, muito mais pobres que o conjunto da União Europeia, mais pequenos que o conjunto da União Europeia, estarem a assumir uma responsabilidade muito superior àquela que estamos a assumir”, defendeu.

“É por isso que tenho muito orgulho em que em Portugal tenha existido repetidamente um consenso político muito alargado quanto às políticas de migrações em geral e, em especial, quanto à política de refugiados a que, Governo após Governo, tem sido possível dar continuidade sem abrir fissuras nem dar lugar ao oportunismo populista que hoje parece estar muito em voga em algumas zonas do mundo”, asseverou.

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